domingo, 17 de novembro de 2013

Idealizações

Quando escrevi idealizações pensei que a culpa fosse do ‘id’, já que só esse carinha impulsivo e corajoso gostaria de idealizar fantasias tão absurdas como eu imagino. Mas que Freud me desculpe, a culpa é toda minha. Ou que ele me dê parabéns porque finalmente eu parei de atribuir tudo ao meu passado perturbador só para não sentir o peso de uma responsabilidade maior.

Então tá. É assim. As idealizações fazem você enxergar a vida toda como uma grande superestimação. Nas idealizações o cara barbudo gosta de falar de cinema, assistiu aos mesmos filmes que eu e acha que closer falou toda verdade sobre o amor. O cara barbudo ao mesmo tempo que tenta lembrar um trecho de drummond, vira a boca em uma garrafa de cerveja e aquilo entra como o ápice da sensualidade. O gargalho. A garganta. O gogó. O cheiro de álcool e o amor é uma aorta? Não sei. 

A idealização deixa meus rins mais fortes. E eu começo a ligar os pontos entre as frases que ele joga e no final o desenho parece ter sido sobre mim. A idealização é uma convicção fantasiada de monstro. Você acha que o cara barbudo descobrirá que você ama beijo no joelho e voz rouca no telefone. A idealização é uma doença forte e te faz sentir o gosto da nata quando te juram que ela não tem gosto nenhum. E qualquer frase exclamada se parece com uma promessa querendo ser escrita.

Mas o cara barbudo é só um cara barbudo que deixou a barba crescer porque disseram que dá um ar de romântico. Tão óbvio quanto eu.



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